Malpighiaceae: a família da acerola

Descrição

Visando apresentar ao público geral informações sobre a diversidade de espécies do Arboreto do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), iniciamos este volume com a família Malpighiaceae. Para cada espécie, são fornecidas, sempre que disponíveis, informações sobre nome popular, nome científico, distribuição no Brasil e no mundo, dados fenológicos (floração e frutificação), comentários sobre usos e conservação, localização no Arboreto e fotografias.

A família Malpighiaceae é composta por plantas com flores, incluindo espécies arbóreas, arbustivas e lianescentes, muitas das quais são representativas da flora brasileira. Entre elas, destacam-se a chuva-de-ouro (Lophanthera latescens), a ayahuasca (Banisteriopsis caapi) e a caferana (Bunchosia glandulifera). Essa família possui uma distribuição pantropical e é representada mundialmente por cerca de 1.300 espécies distribuídas em 75 gêneros (Almeida et al., 2020; POWO, 2024). No Brasil, são registradas 592 espécies em 46 gêneros, sendo 363 dessas consideradas endêmicas (Almeida et al., 2020).

No Arboreto do JBRJ, até o início deste estudo, a família Malpighiaceae era representada por 28 espécies cultivadas. No entanto, após o presente inventário, observou-se uma redução para 17 espécies. Essa diminuição pode ser atribuída a fatores como morte natural e ocorrência de doenças.

As espécies dessa família apresentam ampla utilidade. Na alimentação, destacam-se a acerola (Malpighia glabra), a caferana (Bunchosia glandulifera) e o murici (Byrsonima crassifolia). Já no paisagismo, diversas espécies têm grande potencial ornamental, tanto como pendentes para pérgolas (exemplos dos gêneros Stigmaphyllon, Banisteriopsis e Callaeum), quanto como arbustos e árvores (exemplos de Bunchosia, Galphimia, Heteropterys e Lophanthera, respectivamente). Apesar disso, o uso paisagístico dessas espécies ainda é pouco explorado, mesmo diante da beleza das flores e inflorescências de inúmeros gêneros, como Galphimia e Malpighia.

Este volume tem como objetivo divulgar o conhecimento sobre essa importante família, incentivando a apreciação e o aproveitamento de suas espécies, tanto no paisagismo quanto em outros usos potenciais. A riqueza de Malpighiaceae no Brasil reflete sua relevância ecológica, cultural e econômica, destacando a importância de sua preservação e valorização.